Redes de anonimato: escondendo a transmissão das transações

O Monero já é reconhecido por toda a comunidade das criptomoedas como um campeão da privacidade. Por possuir uma blockchain opaca (não transparente), ele consegue armazenar de maneira secreta os dados mais sensíveis das transações que já foram realizadas, como o remetente, o destinatário e a quantia transacionada.

Mas a tecnologia de privacidade da moeda não para aí. Atualmente o Monero já está integrado a dois tipos de redes de anonimato, a Tor e a I2P, permitindo que seus usuários enviem transações em sigilo, sem que o provedor de internet saiba disso.

Tecnologias de privacidade do Monero

De maneira simplificada, o Monero utiliza cinco elementos fundamentais para garantir a privacidade de seus usuários. Eles são os seguintes:

  • Privacidade obrigatória: aumenta o conjunto do anonimato
  • Assinaturas em anel: escondem o remetente da transação
  • RingCT (transações confidenciais usando assinaturas em anel): escondem a quantia
  • Redes de anonimato (I2P e TOR): escondem a transmissão da transação (o endereço IP do remetente)
  • Endereços stealth (camuflados): escondem o destinatário

 Usando Monero sem redes de anonimato

Toda vez que a sua carteira de criptomoeda se conecta a uma rede ponto-a-ponto (P2P) para transmitir uma transação, ela revela para outros nodos da rede algumas informações, como o seu endereço IP e alguns metadados, como a data e a hora em que a transação foi realizada. Isso ocorre em praticamente todas as criptomoedas.

Ao usar uma carteira Monero em um computador ou celular, o endereço IP do dispositivo é divulgado na rede Monero e em sua rede local ou internet. Isso pode ter implicações para a sua privacidade.

Outras pessoas (o seu provedor, o seu chefe, outros usuários da internet) podem saber que você andou utilizando uma carteira Monero. Mas eles não tem como saber se você fez transações ou quantos XMR você enviou e recebeu.

Além disso pessoas má-intencionadas podem programar os seus nodos para armazenar todos os endereços IPs que se conectam na rede da moeda. Eles também podem armazenar de maneira permanente todos os IDs das transações que são transmitidas por um determinado endereço IP.

Atualmente, para fazer transações do Monero com endereço IP escondido, o usuário precisa usar o Tor. O Tor é uma ferramenta muito conhecida e que se conecta a uma rede anônima mundial. Ele recebe financiamento de milhões de dólares anualmente e possui milhões de usuários ao redor do mundo. Ele já é muito bem pesquisado e ganha muita atenção da mídia. No entanto, o Tor não funciona muito bem para redes P2P, que é o tipo de rede usada pelo Monero. Além disso, muitas questões já foram levantadas em relação ao anonimato do Tor, devido à presença de uma possível infiltração do governo dos EUA na organização, assim como uma certa centralização na rede.

Escondendo a transmissão das transações do Monero com redes de anonimato

Para evitar o vazamento do endereço IP do usuário, as carteiras oficiais do Monero permitem a conexão com redes de anonimato. Quando o uso dessas redes está habilitado na carteira, todas as transações serão transmitidas pela rede de anonimato.

Alguns países e provedores de internet podem proibir ou censurar o uso dessas redes. Portanto, antes de usar redes de anonimato, o usuário sempre deve verificar a legislação do local onde reside, assim como as políticas de uso do provedor de internet.