Texto adaptado para o português do Brasil a partir do artigo original escrito por Izzy Otomakan (@cryptoizzy)
Eu reconheço que essa situação é irônica. Apenas alguns meses após eu ter escrito o ensaio O Poder do Dinheiro: Defendendo o Bitcoin, aqui estou eu escrevendo um novo artigo, só que desta vez criticando o Bitcoin. Quando eu escrevi aquele ensaio eu já estava de saco cheio de todas as pessoas e instituições que ficavam alegando que o Bitcoin era uma fraude, uma pirâmide ou uma bolha. Ele não é nada disso. No entanto, e digo isso de maneira respeitosa, o Bitcoin acabou.
O Bitcoin foi derrotado
Nós não precisamos esperar por mais evidências para comprovar esse fato. Já existem evidências o bastante. A essa altura, o que nós estamos assistindo trata-se apenas de o desenrolar de uma história previsível—os mantenedores do status quo criando cada vez mais mecanismos para tentar neutralizar e controlar o Bitcoin — esteja o público em geral ciente disso ou não. O Bitcoin não pode mais ser considerado o padrão-ouro das criptomoedas, e essa ferida é mortal.
Eu reconheço que essas afirmações inicialmente podem parecer estranhas, então, por favor, deixe-me justificá-las.
O que é um dinheiro de qualidade
Não importa o quanto alguém possa tentar convencê-lo do contrário, a principal proposta da blockchain em toda a sua história não tem nada a ver com contratos inteligentes ou transferências bancárias mais baratas. Esses elementos tem uma importância no máximo secundária, e são ínfimos em relação à proposta principal da blockchain. Desde os primórdios, o principal objetivo do Bitcoin é tentar ser o dinheiro com a mais alta qualidade, e, sendo assim, ele permitiria que a sociedade moderna se libertasse de maneira pacífica e efetiva das algemas do atual sistema: um sistema corrupto que usa um dinheiro de péssima qualidade.
No meu ensaio anterior eu usei várias páginas para discutir os três elementos que são necessários para algo ser considerado um dinheiro de qualidade. Estes elementos podem ser familiares para as pessoas que já foram expostas ao currículo básico dos cursos acadêmicos de economia. Mas foi nesse ponto que eu me enganei. Além daquelas três regras, existem outras regras que são necessárias para que um dinheiro seja “de qualidade”. Me sinto agradecido por ter sido informado sobre o meu descuido por vários membros da comunidade Monero. Eu havia esquecido em minha análise um elemento crítico que contribui para caracterizar algo como dinheiro. E esse elemento faz toda a diferença. Seja por intuição, sorte, acaso ou alguma combinação disso tudo, eu incluí em meu ensaio um adendo discutindo uma criptomoeda que contém essa característica que eu não conhecia —E hoje eu fico feliz por ter mencionado essa moeda.
Esse 4º atributo que um dinheiro de qualidade precisa ter é a fungibilidade. A fungibilidade é um aspecto que, embora seja sutil o suficiente para passar despercebido (como passou para mim), é fundamental para determinar se um dinheiro é ‘bom’ ou não.

Definindo fungibilidade
A ausência de fungibilidade tem repercussões significativas para uma moeda, apesar de elas levarem um certo tempo para aparecerem. Primeiro, vamos ver a definição de fungibilidade:
Fungibilidade é uma característica de uma moeda que declara que qualquer unidade transacional é completamente indistinguível de qualquer outra unidade transacional dessa mesma moeda.
Essa característica nunca chegou a ser um problema na época em que se usava objetos físicos como dinheiro (ex: o ouro). Afinal de contas, o ouro que as pessoas recebiam sempre podia ser derretido e não carregava consigo nenhum histórico recuperável. Apenas olhando para um pedaço de ouro, ninguém tinha como dizer por onde ele andou ou quem foram as pessoas que o possuíram.
Mas o que aconteceria se eu pudesse lhe afirmar com 100% de certeza que o colar de ouro que você ganhou da sua bisavó foi usado por Napoleão Bonaparte como seu amuleto da sorte? Esse pedaço de ouro com certeza valeria bem mais do que os outros pedaços de ouro “comuns” que não possuem esse histórico marcante. De maneira similar, o que aconteceria se você descobrisse que um anel de ouro que você tem foi usado para lavar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas? Assim que você ficasse sabendo disso, você se daria conta de que como esse ouro foi usado para cometer um crime, o governo poderia tomá-lo de você a qualquer momento. Nesse caso você consideraria que este ouro vale menos do que um outro ouro que não tem um passado negro.
O que estes dois exemplos demonstram é que se uma unidade da moeda carrega consigo um histórico identificável, ela pode se tornar “diferente” das outras unidades que não compartilham do mesmo histórico. Portanto, diferentes unidades de um mesmo tipo de moeda podem ter valores significativamente diferentes associados a elas. Para uma moeda ser considerada fungível, ela não pode conter um histórico das suas transações. Logo, por definição, isso significa que todas as transações realizadas com essa moeda (no passado, no presente e no futuro) obrigatoriamente devem ser anônimas. E isso nos leva a um ponto crítico:
Para que uma moeda atinja e mantenha uma fungibilidade, ela precisa manter o seu anonimato.

Qualquer dinheiro infungível está fadado ao fracasso
Muitas pessoas ficam nervosas só de pensar em possuir um dinheiro anônimo— elas acham que serão vistas como pessoas envolvidas em atividades criminosas. Isso ocorre devido a um mal entendido que felizmente pode ser esclarecido. O motivo pelo qual nós queremos o anonimato em uma moeda, é apenas para garantir que ela seja fungível. E isso não tem nada a ver com querer comprar drogas ou lavar dinheiro. O anonimato é um requisito puramente técnico para que uma moeda seja verdadeiramente fungível — e sem essa característica fundamental, qualquer moeda é imperfeita e está condenada ao fracasso (se estiver inserida em um mercado com livre concorrência entre moedas).
E é nessa característica que está a grande falha do Bitcoin.
Quando o Bitcoin foi lançado, ele realmente tinha um certo anonimato e, por extensão, uma certa fungibilidade. O método que o Bitcoin usou para conseguir isso foi o anonimato através da obscuridade —ou seja, não se esperava que alguém fosse tentar descobrir como vincular as pessoas da vida real aos endereços públicos das carteiras. A sua privacidade era mantida usando a abordagem da “agulha em um palheiro” — o hash da sua transação (a agulha) ficaria perdido em um mar de outros códigos (o palheiro).
Mas isso mudou.
O Bitcoin não é fungível, nem anônimo
Já existe tecnologia capaz de “decifrar” as blockchains públicas e transparentes—e ela se torna mais precisa a cada dia que passa. Os governos e as instituições bancárias já têm os meios para achar as agulhas nos palheiros. E eles também já têm a sua disposição um oceano de informações associativas. Tudo, desde nomes e endereços dos usuários das exchanges, à localização geográfica das pessoas (através do GPS nos celulares), a algoritmos de reconhecimento de voz e de face— tudo isso garante que é apenas uma questão de tempo até que eles comecem a vincular nomes e outros detalhes da maior parte das transações realizadas com Bitcoins e outras moedas que usam blockchains públicas. Basta apenas uma única vulnerabilidade na cadeia de informações para que a identidade digital de alguém seja comprometida, fazendo com que todo o seu histórico de transações financeiras seja aberto para ser decifrado.
Como você se sentiria se exigissem que você escrevesse, em letras garrafais, o seu nome em cada nota de Real que você gastasse?
Acho que você não ficaria muito animado com isso.
E o que você me diria se, além de ter que escrever o seu nome, você também tivesse que escrever o endereço da sua casa e o seu endereço de e-mail?
Um pouco mais desconfortável, né?
Embora isso ainda não seja muito divulgado, as pessoas que possuírem a tecnologia adequada serão capazes de fazer exatamente isso com as transações do Bitcoin. Não se engane com o fato de que essas habilidades de “decifrar a blockchain” ainda não são amplamente conhecidas. Basta fazer uma pesquisa rápida para descobrir que a segurança da identidade do Bitcoin (a característica do ‘anonimato por obscuridade’) já foi comprometida.
As entidades financeiras que querem acabar com as criptomoedas não tem interesse em anunciar publicamente que elas já sabem “decifrar a blockchain”. Por acaso os britânicos anunciaram aos alemães na II Guerra Mundial que eles haviam desvendado o mistério da máquina de criptografia ENIGMA? É claro que não. De fato, eles queriam que os alemães continuassem usando a máquina, pois dessa maneira os britânicos teriam uma vantagem estratégica.
Por que usar Monero?
Atualmente existem diversas moedas que alegam ser privadas ou anônimas. Também existem carteiras e serviços que misturam as moedas, também conhecidos como mixers, ou transações CoinJoin, que servem para anonimizar as moedas. Não se engane com eles—todos eles possuem limitações, e isso tem a ver com diferenças críticas que o Monero tem em relação ao Bitcoin e essas outras moedas alternativas.
Todas moedas que usam uma blockchain tradicional (como o Bitcoin, a Ethereum, o Dash, etc.) criam transações que já nascem públicas e que são transmitidas para todos os participantes da rede. Se você quer ter uma transação privada com essas moedas, você inicialmente cria uma transação pública, para então depois fazer certas coisas para torná-la privada. Infelizmente, qualquer coisa feita pode ser desfeita, ou, no mínimo, ser identificada como ‘tendo’ sido feita.
E isso é tudo o que é necessário para se destruir a fungibilidade do dinheiro. Por exemplo, ao enviar o seu Bitcoin para um ‘mixer’ ou uma transação CoinJoin, o próprio serviço de mixer poderia estar comprometido (nesse caso o histórico das moedas é recuperado) ou pelo menos as moedas “anonimizadas” serão facilmente identificáveis como tendo sido submetidas previamente a um mixer (e as pessoas sabem que tanto você, o dono das moedas, quanto as novas moedas utilizaram um mixer). Bastaria apenas uma canetada para instituir um ‘imposto’ sobre qualquer empresa que aceitar moedas que passaram através de um mixer em qualquer ponto em sua história. Dada a natureza pública e transparente da blockchain do Bitcoin, isso poderia ser facilmente obtido. E isso é apenas a coisa mais branda que poderia acontecer com os usuários.
Agora você deve estar se perguntando se uma simples atualização ou fork do Bitcoin seria capaz de corrigi-lo. A resposta, infelizmente, parece ser não. A falta de fungibilidade do Bitcoin é algo profundamente embutido em seu núcleo estrutural e operacional. Embora talvez não seja impossível, e com todas as dificuldades técnicas de se conseguir um anonimato no Bitcoin — imagine toda a discussão política necessária com a comunidade e os governos para que esse fork seja realizado. O governo ainda não colocou suas garras sobre o Bitcoin, ou, mais especificamente, nos mineradores altamente centralizados que poderiam ser ‘colocados na linha’ — mas é certo que eles tentarão e farão isso. Quando consideramos todas as dificuldades políticas e a aparente impossibilidade técnica de se obter essa melhoria para a privacidade e o anonimato das moedas com blockchain transparentes, as perspectivas para o futuro parecem sombrias.
O Monero é diferente. No Monero, todas as transações já nascem anônimas — elas nunca foram públicas em nenhum momento desde a sua existência. Se você quiser tornar a sua transação pública, você pode — mas você precisa ativamente tomar algumas medidas para que isso ocorra. Não existe nenhuma outra moeda com essa funcionalidade. Tudo isso deriva das brilhantes tecnologias chamadas assinaturas em anel (que escondem o remetente), RingCT (que escondem a quantia) e endereços stealth (que escondem o recipiente). Não vou entrar nos detalhes técnicos sobre essas tecnologias nesse artigo, se você quiser aprender mais sobre elas, recomendo a leitura desse artigo. Apesar de várias outras moedas estarem tentando copiar o Monero nas questões de privacidade, elas sempre ficarão aquém, pois essas funcionalidades já estão embutidas por padrão na arquitetura do Monero.
O que isso significa para o preço do Bitcoin (e do Monero)
Eu não acho que o preço do Bitcoin vai parar de subir tão cedo— e eu não vejo nada de errado nisso. O Bitcoin atualmente é o padrão das criptomoedas, e provavelmente é a moeda que a maioria dos ‘novatos’ irão comprar inicialmente enquanto eles estiverem aprendendo. Como investidor do Monero, eu realmente fico feliz em ver que as pessoas estão investindo em Bitcoin, já que eu sei que mais cedo ou mais tarde, o dinheiro que elas estão investindo em Bitcoin virá para o Monero. E o motivo é simples:
As auditorias fiscais virão.
Engana-se quem pensa que os legisladores, as autoridades monetárias, a Receita Federal e todo o aparato estatal desistiram de tentar regular o Bitcoin. Já é sabido que agências patrocinadas pelo governo estão rastreando virtualmente todos os aspectos das nossas vidas e que eles tem acesso a meios cada vez mais precisos para rastrear as transações que ocorrem na blockchain do Bitcoin.
Eu não sei de que forma as auditorias fiscais virão— mas quando elas começarem, e as pessoas se derem conta de que as suas transações em Bitcoin as tornam vulneráveis a uma infinidade de problemas, as pessoas irão transferir seus fundos — provavelmente em massa — para a moeda que tiver a melhor forma de anonimato e fungibilidade. E atualmente este posto é ocupado, de forma indiscutível, pelo Monero.
Quais tipos de auditorias podem surgir? Vou sugerir alguns exemplos, além daquele que eu já comentei acima, que incluiria um ‘imposto’ sobre as moedas que passaram por algum serviço de mixer. Existem, sem dúvidas, muitas outras possibilidades que poderiam pelo menos causar uma dor de cabeça para aqueles que estão guardando criptomoedas e, no pior dos casos, poderiam até mesmo causar prejuízos significativos.
Existe, é claro, a auditoria fiscal simples. Como a maior parte das leis sobre os impostos em relação às criptomoedas ainda virão a ser escritas, e considerando que é do interesse do governo manter um controle firme (além de tomar para si uma fatia da torta que vale mais de 500 bilhões de dólares), nós podemos esperar auditorias fiscais simples — especialmente para aqueles com grandes saldos. Essas auditorias podem incluir desde pequenos impostos a impostos predatórios. Embora eu não defenda a sonegação de forma alguma, seria fantasioso não esperar que as pessoas irão fazer tudo o que elas tiverem ao seu alcance para evitar pagar impostos (isso sem levar em consideração que muitas acham o processo de declaração de imposto um incômodo, uma injustiça ou um assédio).
E além disso existe o risco de um ‘confisco de ativos civis’. Na maior parte dos estados dos EUA, se houver a suspeita de um dinheiro ter sido usado em um crime, então as autoridades podem confiscá-lo. Quão confiante você está de que os bitcoins na sua carteira estão acima de qualquer suspeita de terem participado de qualquer crime em toda a sua história? Lembre-se, nós estamos falando de todo o histórico dos seus bitcoins, desde a sua existência, e não apenas recentemente ou desde quando eles pertenceram a você. Mesmo que haja apenas uma suspeita de que algo desse tipo tenha acontecido, então, em teoria, você poderia receber uma intimação exigindo que você entregue os seus bitcoins para as autoridades governamentais ou, caso não faça isso, você estará sujeito a enfrentar penalidades.
E tudo isso vai influenciar muito o preço do Bitcoin: quer isso aconteça lentamente, quer isso aconteça ‘de uma hora para outra’, quando as pessoas começarem a perceber que ter moedas que não tem fungibilidade as expõem a diversos riscos, elas irão vender seus bitcoins (e outras moedas de blockchain transparente, como BCH, ETH, etc.) para trocá-los por uma moeda que tenha essa característica, como o Monero. Enquanto eu escrevo esse artigo o Monero tem apenas 1/50 do valor de mercado do Bitcoin, mas eu prevejo que ele atinja 1/10 do valor nos próximos 6–18 meses. Isso significa que mesmo que o Bitcoin mantenha o seu valor, o preço do Monero irá aumentar pelo menos 5 vezes. Se o Bitcoin dobrar de valor, o Monero irá aumentar 10 vezes.
Claro, tudo isso poderia ocorrer muito mais rapidamente e de maneira agressiva — por isso que, mesmo que o meu preço-alvo do Monero equivalha a 10% do preço do Bitcoin a médio prazo, eu ainda acho que eu estou sendo muito conservador. O que nós observamos recentemente na disputa entre o Bitcoin Cash e o Bitcoin nos mostrou o quão rapidamente as coisas podem mudar. Mas ao contrário do debate BTC x BCH, o debate BTC x Monero não é um debate — as suas diferenças já são definidas de maneira científica. Uma moeda é fungível e protege as pessoas que a acumulam — a outra não é fungível e expõe todos os seus acumuladores aos riscos de se ter um dinheiro “ruim”. Portanto, se o Monero vier a “herdar” a capitalização de mercado que o Bitcoin tem hoje, ele iria valorizar mais de 50 vezes, colocando-o em uma ascensão para o sucesso a longo prazo, em comparação com moedas sem fungibilidade.

Algumas considerações finais
Apesar de existirem outros benefícios no Monero, eu não irei descrevê-los aqui, com a exceção de um — visto que ele está relacionado à necessidade de privacidade e levará a uma adoção ainda maior. O Bitcoin, assim como qualquer outra moeda não-privada, terá cada vez mais dificuldades em se adaptar ao comércio tradicional. Afinal de contas — você acha que os lojistas gostariam que todas as pessoas do mundo fossem capazes de ver quanto dinheiro eles tem e quando/para onde eles movimentaram seus rendimentos? No Bitcoin, qualquer pessoa que possuir um endereço da carteira da loja (após fazer uma pequena compra, por exemplo) pode usar um explorador de blockchain para ver exatamente quantos bitcoins o lojista tem no total — sem falar em rastrear o dinheiro a partir daquele ponto. Embora existem muitas maneiras de os lojistas tentarem evitar essa situação, seria mais conveniente eles escolherem a maneira mais fácil — adotar Monero —e ficar tranquilos.
Caso você ainda não tenha lido, eu recomendo fortemente que você leia o meu ensaio O Poder do Dinheiro: Defendendo o Bitcoin . Embora eu precise editar o início deste artigo para adicionar uma observação dizendo que o Monero será a sua moeda sucessora, todos os outros argumentos que eu fiz sobre as qualidades do Bitcoin podem (e devem) ser estendidos ao Monero.
Por fim, como sempre, as críticas construtivas são bem-vindas. Como eu já fui transparente sobre os meus enganos no passado sobre o Ripple e agora sobre o Bitcoin, eu não tenho vergonha de admitir que eu estou errado. Se eu errei em alguma parte desta minha análise, eu realmente agradeceria se você me corrigisse junto com uma explicação. Foi uma dessas correções ao meu ensaio “O Poder do Dinheiro” que fez com que eu entendesse de maneira fácil o que é fungibilidade e o poder do Monero.
[1] Desculpe Ethereum, mas isso também se aplica a você — e a todas as outras moedas cujo valor deriva em parte de sua tentativa em tentar ser ‘dinheiro’ (além de serem usadas para outras atividades).
[2] De certa forma, eu conheci o Monero muito mais tarde do que a maioria dos seus apoiadores, os quais me ajudaram muito com orientações e esclarecimentos. No entanto, eu, como quase todo mundo, preciso entender as coisas de uma maneira que façam sentido para mim — eu espero que esse artigo também ajude outras pessoas a entenderem.
[3] Eu expliquei os conceitos que fazem um dinheiro ter qualidade e por que o Bitcoin satisfaz esses critérios (até mesmo melhor do que o ouro) no artigo “O Poder do Dinheiro”.
[4] A propósito, as interações que eu tive com os apoiadores do Monero (ao contrário do que eu vi em outras moedas) tem sido as mais racionais, educadas e reveladoras que eu já tive. Aqueles que entendem o Monero tendem a perceber que é só uma ‘questão de tempo’ até que todo mundo entenda o que eles já entendem, e isso torna as discussões muito mais calmas e coerentes.
Se você gostou desse artigo, recomendamos que você também leia o artigo Sobre Privacidade e Fungibilidade.
Parabéns pelo texto.
Concordo 100% com o Izzy Otomakan, eu mesmo tive que admitir que era melhor abandonar o Bitcoin e usar o Monero. Eu acho que o Bitcoin será um tipo de “commodity” de luxo, uma brincadeira dos Super Ricos mas moeda mesmo será moedas como o Monero. Por outro lado moedas muito blindadas deverão ser criminalizadas. Os governos no mundo todo vão dizer: “Se não pode ser rastreada, nem verificada, e é usado pelo crime para lavagem de dinheiro, então tem de ser proibido”. Quando isso acontecer, (e vai acontecer) os possuidores de Monero e outras criptomoedas blindadas vão ser presos, apenas por ter posse delas. Até esse dia chegar vamos aproveitar, e seja o que o status quo quiser…
Agora gostaria de perguntar sobre o Zcash (ZEC) que diz com todas as letras ter mais segurança e anonimato que o Monero. O que me dizem?
Agradeço o artigo e a tradução. Abraço.
Acho extremamente difícil governos banirem completamente a utilização de criptomoedas como o Monero. As instituições hoje em dia já tem dificuldade em rastrear dinheiro em papel e as pessoas continuam usando. Acredito mais que os governos e instituições financeiras vão se adaptar às criptomoedas e encontrar maneiras criativas de recolher impostos e finanças dessa forma.
Gostaria de saber em qual momento o ZCash diz que é mais seguro que o Monero. o ZCash possui privacidade opcional o que já o faz, por padrão, menos privado do que o Monero. O ZCash também utiliza uma criptografia que necessita obrigatoriamente de uma “entidade de confiança” o que vai contra as ideologias de criptomoedas no qual você não deve confiar em ninguém, somente na network. E, finalmente, o ZCash recupera 20% de todos os fundos minerados aos desenvolvedores e fundadores da moeda. É como se você estivesse concentrando 20% de todo o dinheiro do mundo em somente algumas pessoas. Não é uma distribuição justa na minha opinião.