Blockchain & Monero: de iniciante a expert em 15 minutos

Para entendermos o que são as criptomoedas, seja ela Bitcoin, Monero, ou qualquer outra, precisamos primeiro entender a tecnologia subjacente – ou seja, o que realmente faz com que as criptomoedas tenham tanto valor. O primeiro passo, portanto, é saber o que significa blockchain.

Blockchain: um registro descentralizado da verdade absoluta

Blockchain (literalmente, cadeia de blocos), é uma base de registros que são guardados de forma contínua e que são divididos em “blocos”. Estes blocos são interligados e mantidos em segurança usando criptografia avançada. Essa tecnologia – concebida pela primeira vez em 1991 por Stuart Haber e W. Scott Stornetta – foi usada em 2008 por Satoshi Nakamoto, pseudônimo da pessoa (ou das pessoas) que criaram a criptomoeda Bitcoin.

Ninguém conhece a verdadeira identidade de Satoshi, e provavelmente nunca conheceremos, mas isso não nos impede de apreciar seu grande trabalho na popularização da tecnologia blockchain. Foi Satoshi que teve a ideia de criar o primeiro blockchain distribuído e descentralizado, que deu origem à moeda Bitcoin. Isso significa que não há uma entidade central que governa essa “base de registros”, a base é governada por todas as pessoas que fazem parte da rede, simultaneamente.

A rede é composta pela vasta maioria dos usuários do blockchain. Cada usuário possui uma cópia dos registros no seu computador, fazendo com que todos participem do processo de governança.

Essa é uma medida de segurança extremamente poderosa, pois nem mesmo instituições influentes ou governos corruptos podem “modificar” o blockchain – ele é governado e validado por todos de forma idêntica. Se alguém tentar criar um registro no blockchain com valores falsos, a rede recusará este registro. Não importa se essa pessoa é o Presidente do Brasil ou um adolescente do Ensino Médio.
Todos são iguais e a tecnologia garante isso.

Blockchain. Do filme Banking on Bitcoin, Netflix 2017.

Criptomoedas: uma aplicação do blockchain

Bitcoin, Monero, Ethereum, entre muitos outros nomes conhecidos no mundo das criptomoedas, são aplicações da tecnologia blockchain na criação de moedas virtuais – cada moeda com características e objetivos diferentes. As criptomoedas usam o blockchain como um “livro-razão” distribuído. No mundo financeiro e da contabilidade, o livro-razão é uma base de registros que contém todas as transações financeiras confirmadas.

Como vimos anteriormente, o blockchain utiliza técnicas de criptografia e matemática para garantir que este livro-razão contenha somente transações válidas, e o fato dele ser distribuído por uma imensa rede de usuários garante que ninguém possa cometer uma fraude (adicionar valores irreais ou manipular os dados). Vejamos alguns exemplos:

Bitcoin: primeira criptomoeda, concebida em 2008 e lançada no ano seguinte. O Bitcoin possui um blockchain aberto, público e transparente. Todos podem saber quantos Bitcoins cada um possui, e todos podem ver quais transações essa pessoa efetuou. Imagine que todas as instituições privadas e públicas podem ver quando, aonde, e o que você faz com seus Bitcoins. Você tem o controle do seu dinheiro, mas todos sabem o que você faz com ele.

Ethereum: plataforma que utiliza o blockchain para a criação de “contratos inteligentes” e aplicações descentralizadas, que funcionam exatamente como programadas sem possibilidade de censura ou interferência. Essa plataforma possui uma criptomoeda própria chamada ether e também é negociada nos mercados. Uma boa parte das outras criptomoedas (nesse caso, tokens) existentes são construídas na plataforma do Ethereum.

Monero: criptomoeda segura, privada e não-rastreável. Sua utilização é similar ao Bitcoin, porém seu blockchain oculta os dados das transações. Ninguém pode ver o seu saldo, ou identificar as transações que você realiza. O Monero existe para proteger a sua privacidade financeira, seja você empresa ou uma pessoa particular. Dessa maneira nenhuma instituição poderá censurar ou rastrear como você usa o seu próprio dinheiro. O Monero possui transparência seletiva e você escolhe com quem compartilhar a “chave de visualização”, que permite terceiros (como orgãos regulamentadores) de visualizar seu saldo e transações, mas sem nenhum controle sobre seus fundos.

Parte 2: Em mais detalhes, o que é Monero? →

Foto de destaque concedida por Monero.How.

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